quinta-feira, 30 de abril de 2009

Sexta-feira negra

Amanhã, dia 1º de maio, data tradicional de protestos dos trabalhadores, teremos mais um motivo para protestar.

Vamos às ruas trajando luto, pela nossa cidade, pelo nosso estado, pelo nosso país.

Somos governados por um bando de incompetentes que pensa que o povo vive de pão e circo, querem enfiar na nossa cidade, de tantos problemas acumulados ao longo de anos, um evento inútil e caro.

Existe a ilusão dentro do governo federal em apresentar o Rio como uma espécie de vitrine do país, esquecendo que dentro dessa vitrine vivem pessoas que precisam ter suas necessidades atendidas.

Mas não, eles acham que a festa por si só basta, que atraindo turistas, e vagabundos que vem atrás deles e de uma vida fácil a beira da praia, o problema está resolvido, que transporte, saúde, educação, segurança, são facilmente trocados por um oba-oba oportunista.

As obras do Pan fora um claro aviso do tamanho do roubo que pretendem fazer com a Olimpíada, não bastou sequestrar a cidade por uma semana, cercear o direito de ir e vir das pessoas, criar a falsa sensação de segurança com tropas fortemente armadas, depois do Pan a cidade voltou ao que era antes, em alguns casos pior.

A polícia recebeu novos equipamentos, melhorou, de fato, mas os bandidos por incrível que pareça também aumentaram seu arsenal e crueldade, passaram a vender e usar drogas mais poderosas, aumentaram os crimes violentos, mas a cidade quer passar um clima de normalidade que não existe.

As obras de infra-estrutura de transporte ficaram apenas na promessa, muita gente se mudou para Jacarepaguá e Barra na ilusão que teria um sistema de transporte rápido e seguro para ir e voltar do trabalho no Cantro da cidade, e agora sofre em ruas engarrafadas, em ônibus cheios e inseguro, tudo porque aqueles que deveriam fazer sua parte não o fizeram.

Hospitais que foram tão criticados antes do Pan, que receberam uma injeção grande de dinheiro, voltaram ao seu estado de sucateamento e incompetência, as pessoas ficam peregrinando com seus entes queridos de unidade em unidade, numa via crucis insuportável.

Amanhã os delegados do COI farão um passeio pela cidade, sem batedores, mas com uma forte escolta policial, por locais que já foram previamente limpos, de pessoas e coisas, a cidade está sendo toda empastelada de verde-e-amarelo para dar a impressão que existe uma euforia em torno da candidatura.

Falta apenas os palhaços do picadeiro, nós.

Amanhã vistam preto, para mostrarmos que não somos massa de manobra, que o governo não pdoe manipular a nossa vontade em nome de pretensões políticas ou financeiras, já roubaram muito no Pan, querem roubar mais ainda agora.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

100 dias, sem governo, sem Paes nem paz.

Pois é, desde que criei esse blog fiquei sem saber o que fazer exatamente com ele.

Fazer um diário do que acontece na cidade daria muito trabalho e tomaria muito do meu tempo, que é escasso, então decidi que tomaria como base uma data emblemática, um símbolo que daria para fazer uma avaliação do que de bom e de ruim tivemos da posse para cá.

100 dias, parece muito mas não é, mas também não é pouco, considerando que o prefeito se auto-denomina "conhecedor da máquina pública" sua incapacidade de lidar com as "caixas-pretas" da prefeitura demonstra que ele nunca teve acesso realmente ao sistema de administração da cidade, é como se dessem ao office boy o direito de comandar uma fábrica, e que ele toma contato com coisas que jamais viu na vida ou outras que ele só conhecia de nome.

Esse é o nosso prefeito, nomeou uma tropa de choque formada em sua maioria de antigos aliados, cesar boys de antiga data, que formam seu secertariado.

E o que conseguiram?

Nada.

O mais proeminente, de longe é o Rodrigo Bethlem, paladino incansável da ordem pública, que junto com seus auxiliares faz uma luta contra as irregularidades na cidade, mas anda com um carro carregado de multas e dá o mau exemplo estacionando em fila dupla na cerimõnia de posse do novo chefe de polícia da capital.

Mas isso não é nada, de todos os secretários poderíamos ele ger o mais e o menos eficiente, mas vou listar alguns aqui, se esquecer outros e porque simplesmente não fizeram nada digno de nota para ser falado.

Cláudia Costin, o flagelo das universidades no governo FH, deu uma bola dentro ao começar a combater a indigência cerebral endêmica nas escolas públicas, ainda está muito longe de conseguir algum resultado positivo, mas os primeiros reflexos poderão ser vistos no final do ano, quando os 75% dos alunos da rede pública, analfabetos funcionais, terão conseguido aprender alguma coisa, essa foi umas das heranças mais nefastas da administração anterior. mas mesmo assim, não consegue dar conta de escolas destruídas e falta de professores, mas o governo têm grana pra dar laptops pra professor, deviam dar salário decente e cursos de capacitação, mas laptop dá dinheiro porque você compra do forncedor (superfaturado é claro) e depois de dois anos o aparelho já está ultrapassado, isso se não tiver sido roubado ou destruído.

Hanns Doham (nem sei escreve o nome do sujeito assim), o secretário de saúde, que lida com os hospitais da prefeitura sucateados, entregues a uma gangue de médicos consorciados, que recebe os repasses e não trabalha, cujo presidente do sindicato escarnece do valor pago munícipio para médicos plantonistas para trabalhar um dia da semana dizendo que o teto da categoria é dez vezes superior a isso, não fez nada, embarcou no oba-oba das UPA´s mas não inaugurou nenhuma, prometeu médico da família mas não implantou o sistema, em suma um zero a esquerda.

Sansão "careca", Secretário de Transportes, uma nulidade ambulante, pouco fez e o que fez, fez errado, vide o caso do caminhão da Comlurb no rebouças, não apresentou nenhum projeto viário para acidade, apenas fica lá enxugando gelo ou fazendo suas aparições brilhantes(literalmente) com sua careca nos jornais locais, deprimente.

Chiquinho da Mangueira, Secretário de Esportes, esse nada fez e pelo visto não fará nada, está aguardando o resultado da Rio 2016, para dar partida na campanha para vereador ou deputado estadual, aliás, a política de esportes da prefeitura é de uma indigência atroz, depois de construir um estádio de atletismo, um ginásio e um parque aquático, a prefeitura apenas agora conseguiu um convênio meia-boca com o Botafogo para usar as instalações externas do estádio, uma pista de atletismo novinha, que deveria ser usada como área de treinamento e aquecimento de atletas em competições. outra nulidade que faz do que favor em não aparecer na mídia.

Guaraná, Secretário de Obras, hours concours, campeão de desculpa esfarrada e de jogar responsabildiade nas costas dos outros, se você teve a suspensão do seu carro destruída em um buraco, agradeça ele, se sua rua está com o poste apagado à noite agradeça a ele, aliás, diga-se de passagem, podia colocar esse sujeito em qualquer secretaria que ele não faria nada mesmo, pois só é bom de fotografia, como a dos cartazes de propaganda política onde apareçe vinte anos mais jovem.

Jandirão, Secretária de Cultura, a primeira coisa que fez foi fechar as lonas culturais da prefeitura, alegando falta de segurança nas instalações, louvável, mas cadê a política cultural da cidade? Ao que parece tirou o pouco que se tinha e nada colocou em seu lugar. Recebeu a Cidade da Música, que o prefeito diz que vai terminar após receber o relatório de uma extensa auditoria que ainda não terminou e não tem data para terminar.
Se depender dela a cultura oficial da cidade será carnaval e baile funk, com eventuais aparições de axezeiros, em algum show pago pela municipalidade na Praia de Ramos.

Antonio Pedro, Secretário de Turismo, não sei que apito o cara toca, mas pintar a cidade de cor-de-rosa e lançar a campanha "Love in Rio" para o dia dos namorados é um tanto homoerótica demais, mesmo considerando que a cidade foi apontada como gay friendely pelas organizações internacionais que lidam com o assunto.
Aliás, ser secretário de turismo de uma cidade onde se mata grávida em sinal de trânsito, esfaqueia-se turista na praia e cai bala perdida no calçadão de Copacabana, além de assaltarem hotéis e pousadas e o crime organizado contar com eventos importantes da cidade para incrementar a venda de drogas consumidas principalmente pelos turistas, é uma missão um tanto inglória.
É uma grande mentira vender "índustria do turismo" em uma cidade de 6 milhões de pessoas onde 1/3 vive em favelas e mais da metade tem problemas sérios com os serviços públicos, chega a parecer piada que ainda se tenha alguma pretensão de se ter uma agenda setorial para isso, quando na verdade a cidade deveria estar em estado de sítio.

Jorge Bittar, esse ganha de longe o prêmio 'cachorro que caiu do caminhão de mudança', as caras e bocas que ele faz mostra um suejtio totalemnte aturdido e perdido nas demandas habitacionais que a cidade precisa.
Pra começar a secretaria dele não tem dinheiro, a prefeitura precisa vender vários imóveis próprios para fazer caixa, não só para habitação, mas para tudo dentro da cidade.
A cada dia mais miseráveis desembarcam na Novo Rio ou em favelas tipo a Rio das Pedras, que inaugurou a nova modalidade de moradia, chamada quitinete (pelo menos em favela é novidade, nos anos 50 se construiu aos montes em Copacabana), essa praga se alastrou pela cidade, pois no lugar onde o senhorio ganharia um aluguel, ganha 5 ou até 10, tudo dentro das condições de salubridade e segurança estrutural dignas de palafita de de beira de mangue.
A política habitacional da cidade está em défict há mais de 10 anos, qualquer tentativa de consórcio com a indústria da construção civil está descartado, porque esta vai muito bem obrigado, vendendo imóvel na planta com serviços de clube para uma classe média encurralda pela violência que pensa que viver atrás de um muro vai lhe garantir segurança, até o dia que os arrastões em conomínios de luxo se tornarem realidade, aí perceberão em que armadilha cairam.

Fernando William, assistência social, esse nem sabia que tinha cargo no governo, fez sua aparição triunfal quando o choque de ordem revelou aquela cena africana de jovens drogados se prostituindo na entrada da favela do Jacarezinho, prometeu que vai fazer e acontecer, instaurou um grupo de trabalho, mas aqueles jovens que foram apreendidos na rua a essa hora já estão de volta aos seus antigos pontos de prostituição atrás de dinheiro para fumar mais uma pedra, provavelmente se sobreviverem mais alguns meses estarão armados para roubar transeuntes e provavelmente teremos outra Leslie, João Hélio, Pedros, Marias, Joões, e toda uma série de vítimas de tiros intencionais ou não, nessa bárbarie que é o dia-a-dia na cidade do Rio de Janeiro.
Considerando que a cidade sequer possui um único posto ou entidade para cuidar dessas pessoas fica muito difícil querer reverter esse quadro, ams era para ele desde o primeiro dia estar mostrando e atacando esses problemas e não ter esperado que aquelas cenas lamentáveis viessem a público mostrando o tal despreparo da máquina pública para conter essa ameaça.

Pedro Paulo, da Casa Civil, uma espécie de camareiro-chefe do prefeito, ninguém sabe o que faz, qual suas competências, não é vice - para isso existe um cargo específico já ocupado - não gerencia, não dá ordens e nem as recebe, parece uma espécie de figura decorativa que está sempre sentado à mesa principal ao lado do prefeito. Viaja, dá entrevistas, seria uma espécie de Dilma Roussef municipal, aquele que será o poste para uma possível eleição no futuro?

Bom, listei os que, de memória, tiveram alguma aparição relevante na mídia nos últimos tempos, se esqueci de alguém é porque não fez nada de relevante, só fazem passar no caixa no final do mês com o contracheque.

E enquanto isso nós vamos sobrevivendo, apesar dos buracos, greves, balas perdidas, e ainda tendo de assistir o sapo barbudo vir toda semana ao Rio fazer propaganda do PAC nas favelas, atraindo assim toda a escória de miseráveis e vagabundos do país para nossa outrora cidade maravilhosa.